partilhando desafios

um provocador de sonhos...e uma provocadora de memórias...

sábado, março 26, 2005

ir, com o Ver

Levem-me os sentidos
a passear pela mão,
Mostrem-me que há
outros caminhos...

posted by surpreendida at 2:18 da tarde 2 comments

desenho

Na casa da cidade, recanto
de aldeia.
Toalha de linho e
renda,
Enfeitando improvisado
altar.
Ao centro, singelo
crucifixo,
Ladeado de pequenas
jarras,
Em cheiros de alecrim e
rosmaninho.
Tacinhas de amêndoas
em oferenda,
Coloridos ovos bem
juntinhos,
Folar, aconchegado
em ninho.
Não há junco à porta,
ninguém abençoa...
Família em aromas
de Páscoa,
Desenho de memória
a tradição.

posted by surpreendida at 2:17 da tarde 0 comments

quinta-feira, março 24, 2005

refugio

Refugia-te no recôndito
de ti...
Em aconchegante
recanto...
Em tranquilo
descanso...

Sentes carícia de serenidade...?

posted by surpreendida at 5:37 da tarde 0 comments

quantos sinais sentiste hoje?

Sentir hoje e sempre, os sinais
de há muito...
De profunda, serena e infinita
saudade...
Sei-me pedaço do seu ser ,
do seu espírito...
Marca em ferrete assim
deixada...
Em cada pequena coisa,
sua memória...
A cada passo sua lição
de vida...
O permanente ensejo de
o honrar...
A tranquila serenidade de
o sentir...
Avô, padrinho, companheiro,
amigo...
Feito anjo eterno sempre
a cuidar...

ao Avô Macieira, gigante a meus olhos, com quem passeio, de mãos dadas, todos os dias, a escutar o existir ...

posted by surpreendida at 5:32 da tarde 0 comments

segunda-feira, março 21, 2005

indefinições (des)coloridas

Estou sem cor...
Sinto-me de preto
a sonhar em branco...
A Primavera a chegar
e eu sem cor...
Assim, tristonhamente
descolorida...
Não posso mergulhar
em arco-íris de sonhos...
Que cor deveria ter
o meu sentir...?

posted by surpreendida at 3:28 da tarde 0 comments

passeios

A cor de quem olha o planeta
é azul,
O fundo infinito do universo
é azul,
A realeza de algum sangue
é azul,
O tom unissexo e democrático do vestir
é azul,
A delicadeza da roupa do bebé
é azul,
A beleza infinita do mar e do céu
é azul,
Um riscado de sombra no calor do areal
é azul,
Um toque de vida na brancura das casas
é azul,
A arte feita em quadradinhos de loiça
é azul,
O traço de cor que decora a porcelana
é azul,
A escrita bonita desenhada em aparo
é azul,
O aroma inconfundível do jacinto
é azul,
Um sonho de uma noite estrelada de verão
é azul,
O ritmo da música a entrar no ouvido
é azul,
Quem disse que me falta jeito para
o azul,
Se tão bem me sinto em passeios
de azul...

posted by surpreendida at 3:25 da tarde 0 comments

sexta-feira, março 18, 2005

só, com os sentidos

Instalada no fundo do coração
e da alma...
Uma espécie de solidão
que não vai embora...
Não foge de entes, de amigos,
de gente...
Na serenidade dos
pensamentos...
No ermo dos
sentidos... só!

posted by surpreendida at 10:30 da tarde 0 comments

ainda a estrela (tem muito que dizer a nossa estrela)

Ser como que porto de abrigo,
é bom mas não chega...
Gente que aporta
ansiosa de tudo...
Mas descansa, reconforta-se,
ganha forças e parte...
Ao porto voltam em visita,
saudosos amigos...
Mas seguem de novo
a maré da vida...
Na quieta frescura de uma
noite de luar...
Gaivota solitária, escutando
o mar em murmúrio...
Olhando o céu matizado,
viu cintilante estrela...
Sem saber do destino,
Carente de rumo...
Pediu em sussurro angustiado...
Minha estrela guia...
mostra-me o norte...

posted by surpreendida at 10:28 da tarde 0 comments

quarta-feira, março 16, 2005

escolhe uma, a tua

Espreita o céu estrelado,
a lua travessa.
Escolhe uma estrela
e pisca-lhe o olho.
Sentidamente sorrindo-lhe,
mostra-te em arco-íris de
sonhos...

posted by surpreendida at 12:27 da tarde 0 comments

conversas entre uma gaivota e um caminhante

sinto, desajeitada gaivota deambulando à beira mar... caminhando...

Sonho-me em porte elegante
e voo sereno...
Planando a infinita liberdade
do céu e do mar...
Sinto o calor e a alegria
estonteantes do sol...
Saindo da ilusão da alma,
do pensamento dos sentidos...
Vejo-me gaivota desajeitada
na areia molhada...
Sei-me afinal sem beleza,
tão diferente do sonhar...
Pena-me a dor de asas
feridas...
A falta de graça no mais
simples deambular...
Caminhante, não pares
para me olhar...
Segue a beleza do voo
daquelas gaivotas...
Não escutes a angustia
do grito de um penar...

posted by surpreendida at 12:22 da tarde 0 comments

sábado, março 12, 2005

chorar é esculpir um sentir

Como eu o céu está triste,
Mas recusa-se a chorar...
Chorar não é vergonha...
O coração transborda de tanta coisa...
Da tristeza da alma,
Do sorriso dos lábios,
Do aperto na garganta,
Da ternura do olhar,
De tanta coisa sentida...
Sequiosos de teu pranto,
Te sussurramos céu...
Chorar não é vergonha...

posted by surpreendida at 4:21 da tarde 0 comments

avistando o longe...

Ali sentado a meu lado...
O vagueante olhava-me
meio espantado...
Maior espanto era o meu,
Perante o inusitado...
Tantos e tão preciosos seixos,
Lhe mostrava o mar...
E ele ali, sentado a meu lado...
Escura pedrita, tristonha,
Para ali abandonada...
Não me atires ao mar
Vagueante, não obrigada.
Trazida pelo mar,
Não desgosto do meu
Sereno rolar...
Cruzo-me com outros seixos
Em se vaguear...
Sinto-os, sorrio-lhes, falo-lhes
Do meu rolar...
Sou pedra algo gasta, atenta, e
Gosto de conversar...
Continuas aí sentado a meu lado...?
Sim, eu deixo, se te apetece
Podes-me agarrar...
Mas não me imagines a olhar-te
feita pisa-papéis...
Mete-me no bolso e
Sente-me...
Pequenina pedra com vida...
Avistando o longe, do meu lugar...

posted by surpreendida at 4:19 da tarde 0 comments

quarta-feira, março 09, 2005

vagueações

Cansada da quietude,
Mendiga de outros sentidos,
A teu olhar vagabundo
Peço que, em seu vaguear,
Conduza por sua Lisboa,
Este meu pobre olhar...

posted by surpreendida at 11:19 da tarde 0 comments

gota a gota se olha o universo, ou se pinta um...

Lágrima a lágrima se
desata a alma,
Sorriso a sorriso se
revela o olhar,
Sussurro a sussurro se
escuta o coração,
Odor a dor se
desperta o sentir,
Ilusão a ilusão se
sente a carícia,
Arrepio a arrepio,
nos fala o corpo...
Gota a gota se olha o
universo dos sentidos,
ou se pinta um...

posted by surpreendida at 11:54 da manhã 0 comments

domingo, março 06, 2005

posso espreitar?

Sabemos-te já o olhar, mas...
Que escutas vagueante?
Que odores te impregnam a alma?
Que pode levar-te a acariciar?
Que te dizem os sentidos?

posted by surpreendida at 4:38 da tarde 0 comments

caos

Confundidos os elementos,
Desordenada a alma,
Em alucinação de ideias,
Babel de palavras,
Trapalhadas de cores,
Vozearias de ausentes,
Balbúrdia de gestos,
Ilusão dos sentidos,
Alzheimer dos sonhos
A viver memórias antigas,
De caos em caos...
Até à vertigem final.

posted by surpreendida at 4:36 da tarde 0 comments

quinta-feira, março 03, 2005

jardins suspensos

Decrépitos jardins suspensos de uma
velha cidade,
Escondem cartadas, gastas,
sofridas.
O sol não entra na ruína
da idade,
A lua não espreita naquela
escuridão.
Na nesga de céu, não se vislumbram
estrelas.
Do tecto das copas, caiem pedaços
de mágoa,
Pingam goteiras de
desespero,
Recolhidas por um corpo
gasto,
Preso nas raízes de
um enxerga.
De árvores secas,
envelhecidas,
Soltam-se caducos gemidos de já
pouca vida...

posted by surpreendida at 10:10 da tarde 0 comments

memória(s)

De quando em vez, subam ao sótão da alma e surpreendam-se, abrindo o baú da memória;
Retratos antigos, são histórias de vidas.
Livros velhinhos, têm histórias de encantar.
Cadernos amarelecidos, mostram histórias de infância.
Cartas tão atadinhas, escondem histórias de amor.
Roupas desprendendo aromas, lembram histórias delicadas.
Pequenos objectos esquecidos, são tesouros de histórias de criança.
A caixinha de música, toca histórias em rodopio.
O velho estojo de pintura guarda, histórias de cores adormecidas.
Aquele diário esquecido, tranca histórias em segredo.
Pequeníssimo espelho gasto, reflecte histórias de sonhos...
Sorriso terno no rosto, histórias voando no tempo,
Quantas memórias...

posted by surpreendida at 4:30 da tarde 0 comments

Acerca de mim

A minha foto
Nome: surpreendida
Localização: Lisboa, ao redor da urbe, Portugal

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contactos

surpreendida surpreendida@yahoo.com.br

olhos vagabundos zealmaro@gmail.com



Proximizade
Pequenos milagres acontecem todos os dias. E cada um de nós os pode despoletar, actuando. Muitas são as formas de ajudar ao alcance de quem o deseja fazer. Do simples clique diário num site que se traduzirá em alimentos, protecção à infância, ajuda a mães e bebés necessitados, até à exigente tarefa de voluntariado, uma vasta gama de possibilidades se coloca a quem, como nós, pretende lutar contra a insensibilidade que procura invadir-nos e deixar-nos indiferentes. O Proximizade, procurando fazer jus ao seu nome e aproximar-se, tanto quanto possível, daqueles que necessitam, não se querendo limitar a um donativo sem garantias de ir parar às mãos certas ou que não sabemos como será aplicado, decidiu eleger como primeira forma de intervenção o apadrinhamento de uma criança moçambicana. Porque Moçambique é um dos países mais pobres do mundo. Porque laços seculares nos ligam ao povo moçambicano. Porque o apadrinhamento se integra num projecto que se norteia pela vontade não de colocar os peixes nas mãos de quem tem fome, mas antes de ensinar a pescar.

outros sitios vagabundos, mas com o mesmo olhar

    linhas que se intersectam
    nos olhos de um vagueante
    silêncios em cores de aguarela
    história pintada sem tempo ( deve olhar-se de baixo para cima )

    outros sitios que visitamos

    fernanda, a transparente combativa que se passou a chamar MARIA, apenas...
    TCA - Traços Com Alma
    atalhos e atilhos
    citador
    wind
    meia-praia
    gato escondido, ou nem tanto
    blueshell
    diário de lique
    poetry café
    sei-lá

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